O capixaba tem uma relação especial com o café que está longe de esfriar. De longa data, esse vínculo é fortalecido diariamente: da primeira refeição pela manhã até a combinação com a sobremesa depois do jantar.
Existem inúmeras lendas a respeito do surgimento do costume de beber café. A mais conhecida delas é a de que, por volta do século XV, um pastor da Etiópia chamado Kaldi notou que as cabras se tornavam mais ativas e adquiriam mais disposição depois de ingerirem os frutos de certo arbusto. O pastor, então, resolveu fazer uma infusão com os frutos e, percebendo que seu estado de espírito e disposição física melhoraram após ingeri-la, continuou a beber e começou a propagá-la.
Dando um pulo para o século XVIII, mais especificamente no ano de 1727, o café chegou aqui nas nossas terras pela primeira vez. Em missão às Guianas, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta trouxe para o Brasil sementes e mudas de café, iniciando-se sua cultura em Belém do Pará. De lá, o café foi levado para o Amazonas e para o Maranhão mas, por não ser a região ideal para cultura, não teve um desenvolvimento econômico desejável. Em 1770, foi levado ao Rio de Janeiro pelo desembargador João Alberto Castelo Branco, dando início ao negócio que viria a ser de extrema importância para a economia do nosso país.
Aqui em terras capixabas, o cultivo dos cafezais começou ainda no século XIX na região sul do estado e, em poucos anos, se consolidou como importante atividade econômica para o Espírito Santo. Em 1850, já era notável a importância da cafeicultura para o setor econômico capixaba. Tanto que, com ela, surgiram estradas e ferrovias e as atividades do Porto de Vitória aumentaram bastante.
Com surgimento no início do século XIX, a cafeicultura de arábica foi a senhora absoluta da economia estadual até o ano de 1962, ocupando mais de 500.000 hectares. No entanto, na década de 60 os solos começaram a apresentar sinais de exaustão que foram agravados com o surgimento da ferrugem, colocando os cultivos em situação grave. Como alternativa, iniciaram-se na década de 70 os plantios comerciais de café conilon, que em pouco tempo ocupou os espaços deixados pelo arábica.
Hoje, o Espírito Santo é o maior produtor brasileiro de conilon e segundo maior produtor de café no Brasil, com 25% da produção nacional. Estima-se que a cafeicultura seja responsável, direta ou indiretamente, por uma mão-de-obra empregada de 330.000 pessoas aqui no estado. Uma galera, né?
Em agosto deste ano, exportamos ainda o maior volume mensal de conilon dos últimos 27 anos – cerca de 1800% a mais do que em agosto do ano passado. Ao todo, 49 países compraram nosso café em 2018, sendo os 5 maiores compradores o Reino Unido, a Bélgica, os Estados Unidos, a Turquia e a Argentina. #DoESParaOMundo
E o nosso café poca com força, tá? A prova disso é que, em 2016, o produtor Afonso Donizete Lacerda, de Dores do Rio Preto, da região do Caparaó, foi o grande vencedor do concurso Coffee Of The Year na modalidade arábica. E tem mais! Na categoria conilon, o primeiro lugar ficou com outro capixaba, o José Carlos de Azevedo, de Nova Venécia. Além dele, mais 8 dos 10 melhores daquele ano eram do Espírito Santo. Top, né?
E aí, já tomou o seu hoje? Bora valorizar o nosso produto local!
Be First to Comment