O arquipélago de Trindade e Martim Vaz fica à 1200 quilômetros da costa do Espírito Santo – sendo as ilhas Martim Vaz consideradas o ponto extremo da parte leste do território brasileiro, junto com as ilhas São Pedro e São Paulo. É água pra caramba para chegar até lá!
Um dos primeiros lugares a ver o sol nascer e se pôr, as ilhas, separadas por 48km, possuem uma área de 10,4km². Mas não é fácil assistir essas belezas naturais: as visitas são restritas. A única localidade lá é o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT), mantido pela Marinha. Tirando os marinheiros, só pesquisadores e outras autoridades podem ir lá.
Olhando do alto não dá pra ver a imensidão de vida que existe no lugar. Nos céus habitam fragatas, fantasminhas, beneditos, petréis-de-trindade e atobás. Lá também tem o caranguejo-amarelo (Gecarcinus lagostoma, endêmico… você só pode ver lá) e 124 espécies botânicas vasculares na ilha, incluindo a Samambaia Gigante e sendo catorze endêmicas também. Estamos colaborando com a OSCIP Voz da Natureza, que realiza pesquisas inéditas (junto a outras instituições) para a preservação da fauna e da flora dessa reserva marinha. Saiba mais sobre a nossa parceria aqui.
Agora… se você mergulhar, vai encontrar 270 peixes recifais (24 ameaçados de extinção), 140 moluscos, 28 esponjas, 87 peixes de mar aberto, 17 tubarões e 12 espécies de golfinhos e baleias. E ainda falta descobrir muitas espécies. Como o pesquisador João Luiz Gasparini disse à BBC Brasil, “a gente ainda mal arranhou a casca do ovo da biodiversidade da cadeia-Vitória-Trindade.”
Esse arquipélago não é especial só pra gente, não. No dia 7 de setembro de 2017 foi publicadoum estudo naRevista Naturepelo professor da Ufes Jean-Christophe Joyeux, com alunos e ex-alunos dos programas de Biologia Animal e Oceanografia da Ufes e com a parceria de outras instituições. Estes pesquisadores lançaram uma teoria inédita para explicar a origem e a evolução da vida marinha em ilhas. Isso baseado em Martim Vaz e os montes submarinos da Cadeia Vitória-Trindade e nas ilhas Trindade e Martim Vaz – consideradas ótimos laboratórios naturais.
O arquipélago possui enorme importância para a biodiversidade marinha, para os estudos científicos (sobre evolução de espécies, por exemplo) e para as águas próximas, por ser um berço de espécies imprescindível. Apesar disso tudo, as pescas locais não são regulamentadas, as ilhas são alvo de pescas ilegais de embarcações internacionais e os montes submarinos estão sendo minerados – o que afeta o ecossistema, a biodiversidade e os processos ecológicos e evolutivos.
Quer ajudar a preservar? Escreva um e-mail para assistcm@marina.mil.br e diga ao Almirante Bacellar que a Trindade não pode ficar de fora da área de Proteção Integral.
Confira também a galeria de fotos de Trindade e Martim Vaz:
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